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EDP BUSINESS SUMMIT '22

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Solar Energy

26 October 2022

“Nos próximos cinco anos, cerca de metade da nova capacidade de energia solar a nível global estará nas empresas e nas famílias”

Está previsto que ainda este ano seja ultrapassada a marca dos 300GW/ano de adições de renováveis, com a energia solar a contribuir em 60% para este crescimento. Este será o tema central do EDP Business Summit, que abre amanhã sob o mote "Here Comes The Sun", que terá Vera Pinto Pereira, membro do conselho de Administração Executivo da EDP, na sua abertura.

“Apesar de ainda estarmos longe dos 90% de eletricidade produzida via fontes renováveis, temos sinais muito positivos para confiar na sua aceleração. Um crescimento para o qual todos podemos contribuir, ao instalar painéis solares nas nossas casas ou empresas” sublinha Vera Pinto Pereira, membro do conselho de administração executivo da EDP, na entrevista que antecipa o EDP Business Summit 2022, evento que se realiza amanhã ,em Lisboa, na sede da EDP e com transmissão online para todo o mundo. Vera Pinto Pereira fará a abertura da cimeira e as intervenções dos oradores convidados serão centradas na importância da energia solar para a transição energética, bem como na inovação tecnológica e no seu contributo para o armazenamento desta fonte energética, a que mais cresce em todo o mundo e a mais acessível para famílias e empresas.

 

A energia solar é o principal foco do EDB Business Summit deste ano. O Sol pode tornar-se a principal fonte de energia renovável nos próximos anos?

A energia solar é atualmente a fonte de energia que mais cresce no mundo. Em 2021, a Europa quebrou o seu recorde de instalações de solar, tendo o ano passado sido considerado como o melhor ano da história da energia solar europeia. Atualmente, é também a fonte de energia mais acessível, graças aos avanços tenológicos que reduziram o seu custo em 90%, desde 2009.

A importância da energia solar está relacionada não só com a necessidade que temos de independência energética face aos combustíveis fósseis poluentes, mas também com a neutralidade carbónica que temos de atingir para preservar o nosso planeta. Para alcançarmos a neutralidade carbónica ainda a meio deste século, a eletricidade deverá ter um peso de quase 50% do consumo de energia e 90% da eletricidade produzida terá de ser proveniente de fontes renováveis.

Apesar de ainda estarmos longe dos 90% de eletricidade produzida via fontes renováveis, temos sinais muito positivos para confiar na sua aceleração – em 2022, é expectável que ultrapassemos a marca dos 300GW/ano de adições de renováveis, com a energia solar a contribuir em 60% para este crescimento.  Um crescimento para o qual todos podemos contribuir, ao instalar painéis solares nas nossas casas ou empresas – com efeito, nos próximos 5 anos, cerca de metade das adições de solar a nível global estará em clientes finais. Esse será o tema central da edição de 2022 do EDP Business Summit, que terá lugar no dia 27 de outubro com o mote “Here Comes the Sun” e que pretende gerar reflexão sobre o papel central que a energia solar tem vindo a assumir no caminho para um futuro mais verde e para a rentabilidade das organizações.

A Bloomberg referiu que a posição em energia solar no mix total de Portugal e Espanha tem de aumentar para 32% até 2030. É um objetivo realizável?

É indiscutível que o solar vai desempenhar um papel crítico para atingir os objetivos de descarbonização na União Europeia e Portugal e Espanha têm uma posição privilegiada em termos de recurso solar.

A capacidade de solar tem crescido de modo acelerado nos últimos dois anos nos dois países, em linha com o aumento de competitividade da tecnologia, que impulsiona tanto a capacidade em grandes centrais fotovoltaicas (por exemplo, através da contratação de acordos de longo prazo que levam à criação de novos ativos renováveisQ), como o solar distribuído.

Os Planos Nacionais de Energia e Clima (PNEC) atualmente preveem atingir 7 GW de solar em Portugal e 39 GW em Espanha em 2030, o que representa cerca de 3 vezes a capacidade atual. É esperado que estas metas sejam revistas no próximo ano, para se alinharem com os objetivos mais ambiciosos do REPowerEU, que já prevê cerca 590 GW de solar na União Europeia em 2030.

Para conseguir atingir estes níveis de capacidade, é necessário que estejam endereçados constrangimentos que hoje existem, como a morosidade dos processos de licenciamento e necessidade de aumento da capacidade de ligação à rede, assim como promover tecnologias flexíveis que podem maximizar a integração de energia renovável na rede.

Qual o peso da energia renovável no total de energia produzida em Portugal em 2021?

Os números oficiais, fornecidos pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), indicam que no ano passado, cerca de 60% da energia produzida em Portugal foi renovável, na sua maioria a partir da água ou do vento.

Já no caso da EDP, que está atualmente presente em 29 países, 75% da energia que produzimos já tem origem em fontes renováveis.

Na Europa, a EDP Comercial já tem mais de 90.000 instalações de painéis solares em famílias e a nível empresarial são já mais de 2.000 projetos em curso. Quais os objetivos de crescimento até 2025?

Quando anunciámos o atual plano estratégico, comprometemo-nos com a ambição de crescer 2GWp em capacidade de solar contratada até 2025. Desde então, conduzimos uma série de operações na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia que nos permitiram somar novas empresas ao portefólio da EDP em termos de solar distribuído e o mercado tem registado uma importante aceleração, o que nos poderá levar ainda mais longe.

Que obstáculos encontra a EDP Comercial no que já podia ser uma maior expansão da energia solar num país como Portugal, que tem sol na maioria dos dias do ano?

Não há dúvidas de que a adesão à energia solar está em crescimento e a bater recordes, no caso da capacidade contratada de clientes EDP, todos os anos. No entanto, sabemos que existem ainda alguns fatores que podem servir como obstáculos à sua adoção e trabalhamos em parceria com os nossos clientes para conseguir ultrapassá-los.

Uma das primeiras barreiras que um cliente poderá encontrar é o investimento inicial que, apesar de depois ser compensado pelas poupanças energéticas ao longo dos anos, exige que as empresas tenham liquidez e capacidade de investimento à cabeça. Nestes casos, é particularmente interessante a colaboração com parceiros de negócio que, como a EDP, estejam disponíveis para participar no investimento em soluções de energia solar, que se pretende que sejam feitas cada vez mais à medida do cliente, procurando maior eficiência, impacto e durabilidade.

A EDP tem procurado ocupar este espaço, através do modelo As-a-Service, através do qual dá ao cliente a possibilidade de avançar para uma instalação solar com investimento 100% assegurado pela EDP, com previsibilidade de preços da energia até 15 anos e com garantia de poupança. Uma vez terminado o contrato com a EDP, o ativo passa a pertencer completamente ao cliente.

Outro obstáculo que o mercado pode encontrar é a falta de espaço para a instalação, ao qual hoje em dia é possível responder através de comunidades de autoconsumo coletivo ou Bairros Solares, no caso da solução desenvolvida pela EDP. Estes Bairros são projetos que juntam edifícios com espaço para produção de energia solar, através de um sistema fotovoltaico, a famílias ou empresas da zona envolvente sem espaço próprio para fazer uma instalação e, por isso, sem acesso aos benefícios da energia solar.

Para além destes temas, existem desafios relacionados com a agilização de processos de certificação e licenciamento, para que se tornem mais céleres e simples as instalações solares em regime de autoconsumo ou as comunidades de energia. Urge aliás endereçar esta matéria de forma a dar resposta aos muitos de projetos que aguardam já autorização para poderem produzir e fornecer energia renovável.

Estas não são as únicas barreiras, e é preciso continuar a trazer este tema para reflexão no setor e junto dos vários agentes do setor, uma das razões pelas quais criámos o EDP Business Summit, conferência digital, emitida de Lisboa para o mundo, que terá lugar já no dia 27 de Outubro

Os Bairros Solares vendidos pela EDP em Portugal alcançam atualmente mais de 25MWP, o equivalente a 25 hectares. Que meta gostariam de atingir até ao final da década?

Os Bairros Solares são uma ferramenta muito importante para a democratização do acesso à energia solar e, por isso, na promoção de uma transição energética para todos.

Os painéis solares são instalados nos espaços disponibilizados pelos produtores e a energia produzida é distribuída por produtores vizinhos dessa comunidade. O investimento e manutenção são feitos pela EDP, não havendo encargos para as famílias ou negócios que queiram aderir aos Bairros Solares, apenas poupança na energia consumida da rede.

Atualmente, os clientes já escolheram a EDP para criar mais de 1.000 Bairros Solares, que irão permitir levar energia a mais de 31.000 vizinhos nas suas proximidades.  

Do ponto de vista de ambição, queremos que 25% dos nossos novos projetos de solar distribuído em Portugal nos próximos 5 anos venham de Bairros Solares. Este tipo de soluções inovadoras e muito recentes leva a um ajuste constante dos nossos objetivos, também porque a entrega dos projetos está condicionada pela capacidade de resposta de outras entidades, que não apenas a EDP.

Quais as maiores vantagens de apostar na energia solar descentralizada?

Investir em produzir e consumir a nossa própria energia solar é sem dúvida um grande acelerador da transição e tem inúmeras vantagens.

A energia solar é sustentável e, com a sua utilização, reduzimos as emissões de gases com efeito de estufa, contribuindo assim para atingirmos mais rapidamente a neutralidade carbónica. E, para além de ser uma energia limpa, é também inesgotável. Durante a sua vida, uma instalação solar irá gerar 30 vezes mais energia do que a eletricidade necessária para a manufaturar.

A transição para energias renováveis, como é o caso da energia solar, permite também uma maior independência energética, especialmente relevante no contexto geopolítico que vivemos, apoiando as empresas a mitigar riscos como a exposição à grande volatilidade que existiu no último ano nos mercados de energia.

A autonomia na produção de energia e independência da rede permite ainda às empresas alcançarem poupanças entre 20% e 40% e às famílias poupanças entre 20 e 25%. E é um investimento competitivo, com taxas de retorno muito atrativas para clientes empresariais, com período de retorno em torno dos 4 a 6 anos.

São necessários mais incentivos à energia solar descentralizada?

Existe hoje um conjunto de incentivos relevantes para impulsionar o crescimento do solar distribuído na Europa, que contam com o importante apoio de cada país. Para cumprir com as metas ambiciosas de adição de capacidade renovável é crítico que, para além dos incentivos, haja um alinhamento grande entre os vários intervenientes no setor e que tanto empresas como regulador colaborem de forma cada vez mais próxima e ágil para dar resposta à procura crescente por energia solar.

De que forma a estratégia de M&A tem contribuído para consolidar o crescimento da EDP no mundo? Alguns resultados que possam partilhar?

A EDP privilegia o crescimento orgânico, a estratégia que temos assumido para a maioria dos novos países onde estamos. No entanto, vemos no M&A a oportunidade de complementar as competências que temos a nível local, como a possibilidade de aceder a uma força de vendas de elevada performance num dado país, por exemplo; ou para entrar em novos mercados, como foi o caso da aquisição da Sunseap.

Porque é que o armazenamento de energias renováveis é uma peça importante para a transição energética?

O armazenamento é uma resposta importante à maior limitação do recurso a energia renovável: a sua intermitência. E quando falamos da utilização de baterias para apoiar a estabilidade da rede, não nos referimos apenas a soluções de larga escala, falamos de uma revolução que passará pelas nossas casas e empresas. Com efeito, em menos de 10 anos, espera-se que 25% das soluções de armazenamento instaladas a nível global, estejam já nas casas e empresas de clientes.  As baterias permitem a maximização do potencial dos painéis fotovoltaicos, uma maior independência energética e, consequentemente, gerar mais poupanças na fatura da eletricidade.

Que investimento é que a EDP já fez em baterias solares e que expansão pretende ter nesta área?

A EDP tem já diferentes projetos e iniciativas em curso. No caso de soluções de armazenamento que possam ser associadas a sistemas de solar em casa ou nas empresas dos nossos clientes, temos investido no sentido de assegurar, junto de fornecedores reconhecidos internacionalmente, as melhores soluções. Estamos comprometidos a levar estas soluções aos nossos clientes em diferentes geografias, para assim permitir um maior crescimento maior de energias renováveis.

Em simultâneo, a EDP continua a investir em inovação, tendo um projeto para testar no Alqueva – um sistema de baterias que estará acoplado à central solar flutuante e integrado na central hídrica ali existente. Adicionalmente estão a ser equacionados outros projetos para teste de novas tecnologias de armazenamento, como as baterias de fluxo em avaliação tanto em Espanha como em Singapura, uma tecnologia que poderá ser importante por permitir mais horas de armazenamento.

A EDP anunciou no início de 2021 que vai investir 24 mil milhões de euros na transição energética nos próximos quatro anos, 80% desse valor em renováveis. Com este investimento vai ser possível que a elétrica se torne neutra em carbono até 2030?

Na EDP, pretendemos ser totalmente verdes até 2030, antecipando em 20 anos as nossas metas anteriores. Queremos ter mais 50 GW em energia limpa até 2030, passando de uma produção renovável atual de 75% para 100%, já em 2030.

Temos vindo a reforçar a nossa posição de liderança na transição energética sobretudo através de um plano de investimento sem precedentes: em quatro anos, estamos a investir 24 mil milhões de euros na transição energética. 80% deste valor está a ser investido em energias renováveis, através de várias tecnologias – eólica, solar, hidrogénio verde, armazenamento de energia –, com o desenvolvimento de 4GW por ano e duplicando a capacidade solar e eólica da empresa até 2025.

No caso do solar distribuído, pretendemos crescer 10 vezes a nossa presença global. Este plano no seu todo está a abrir caminho para que nos tornemos neutros em emissões de carbono até 2030.

in Jornal de Negócios

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